Realizar testes em cenário operacional para o desenvolvimento de tecnologias nacionais em sistemas autónomos aéreos e sistemas de monitorização remota para a detecção de fogos florestais.

Demonstrar a viabilidade da aplicação de sistemas e tecnologias de baixo custo desenvolvidos no país para apoio à gestão florestal.

Estes testes e experiências de campo decorrem no seguimento de uma parceria entre o Instituto Superior de Engenharia do Porto - Instituto Politécnico do Porto e a Associção de Produtores Florestais do Concelho de Alvaiázere com o apoio do Programa Leader tendo em vista a aplicação de tecnologias avançadas em sistemas autónomos aéreos para a monitorização florestal.

 

 

A utilização de aeronaves não tripuladas e meios de detecção remota para a prevenção de fogos florestais enquadra-se numa abordagem mais geral de gestão integrada do meio florestal.

De forma antagónica a outras abordagems similares o conceito em desenvolvimento caracteriza-se pela utilização de um conjunto de pequenas aeronaves autónomas capazes cada uma de detectar possiveis fogos e enviar informação complementar a entidades resposáveis para posterior confirmação.

Estas aeronaves não transmitem continuamente imagem, mas sim possuem capacidade de processamento a bordo para a detecção e logo não requerem meios humanos significativos de apoio. Aqui a autonomia relaciona-se não só com a detecção automática mas também pela missão efectuada que se adapta restrições locais.

As aeronaves são de pequena dimensão e propulsão electrica na medida em que se pretende desenvolver tecnologia necessária para a sua operação com elevado grau de autonomia , nomedamente a descolagem e aterragem autónoma e recarga sem intervenção humana.

A detecção de potenciais pontos de ignição é efectuada por sensores de imagem de baixo custo na gama de luz visível e "near-infrared". Embora não possuindo as capacidades de precisão na medição termográfica de outros sensores incomparavelmente mias caros, pesados e com consumo elevado de energia, os sensores utilizados com o processamento avançado de imagem associado permitem detectar eventos relevantes. Estes eventos passam não só por focos de incêndio mas também por detecção de intrusão ou avaliação da mancha florestal.

 

 

A aeronave aérea autónoma FALCOS insere-se no programa de investigação e desenvolvimento do Laboratório de Sistemas Autónomos do ISEP em sistemas autónomos aéreos.

Este visa o desenvolvimento e criação de competências e tecnologia nas áreas de controlo, navegação, coordenção de múltiplos veículos, planeamento e gestão de missão, gestao, controlo e produção de energia electrica (paineis fotovoltaicos de alto rendimento) sensores de detecção de baixo custo e sistemas embebidos e de tempo real aplicados a robótica móvel aérea.

Estas linhas de desenvolvimento consubstanciam-se no desenvolvimento em sistemas avançados de controlo de voo, sistemas de posicionamento e atitude multi-gps, sensores de imagem com processamento por hardware e sistemas de navegação inercial

Como plataformas de testes iniciais, são utilizados modelos de aeronave de controlo radio comandado equipados com computador de bordo e sistemas de navegação e detecção que lhes permitem efectuar voo e missões com diferentes graus de autonomia.

O projecto FALCOS caracteriza-se por ter as tecnologias necessárias em sistemas autónomos com desenvolvimento totalmente nacional. Esta abordagem decorre não só da vocação do ISEP como escola de referência em engenharia no panorama português mas também na criação de know-how a nivel nacional capaz de colocar o país como referência em aeronaves não tripuladas de baixo custo e baixa altitude para aplicações civis.

 

Este conjunto de experiências de campo realizam-se na semana de 24 Julho de 2006 em Alvaiázere em zonas piloto.

São constituídas por um conjunto de voôs e testes de validação de tecnologias em sistemas autónomos aéreos e detecção remota tais como controlo, navegação, coordenação de missão ou visão por computador.

Englobam também o teste de uma rede de sensores remotos distribuídos numa zona piloto e a recolha de dados e disponibilização em tempo real dos mesmos por interface web.

 

A utilização de sistemas autónomos é complementada por redes sensores distribuídos com comunicação sem fios colocados em pontos chave no meio e que permitem recolher em tempo real um conjunto de parametros tais como a luminosidade ou humidade.

Estes sensores de baixo custo, implantação simples comunicam entre si e permitem no seu conjunto recolher os dados necessários para o estudo e desenvolvimento de modelos de previsão para áreas ambientais em estudo.

Os dados recolhidos são processados e armazenados em bases de dados com acesso e visualização por interface web, permitindo desta forma a monitorização remota das áreas de interesse e a difusão de informação a todas as entidades potencialmente interessadas.

 

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